Quando eu ouvi isso, logo me lembrei de um sentimento nascido num dia calmo e cinzento, de um outono não mais tão ingênuo onde se deu o despertar de uma nova consciência. Algo que era inevitável para mim, e creio que para muitos outros de muitas outras formas também, era o início de uma busca (não, não era uma estrada, era uma viagem!).
Talvez muitas pessoas na trilha de suas vidas nem se dêem conta desse acontecimento, falo de uma passagem da vida, algo grandioso porém de uma auto-beneficência altamente questionável. Pois bem, eu estava afim de passear por indagações pertencentes a uma esfera de mistérios insolucionados, fadados à infinita obscuridão entre nuvens, desenhando um convite lúdico à devassidão da abstração da lucidez e dos valores morais, desfigurados por natureza .
Abracei com a melhor força de meus membros esse mar revolto de inquietudes fruto da existência, a qual me remete um sentimento ora de repúdio, ora de alegria tendo em mãos essa ambiguidade paradoxal da qual se sustenta a vida nossa de cada dia, que qualquer dia há de encerrar-se.
Acabei por me perguntar incessantemente qual seria a relevância de nossas vidas enquanto seres humanos, mas reconheço timidamente a tamanha perda de tempo, ingenuidade e falta de tato de poder parar para pensar nisso, sendo assim, desde então estou interessado num jeito claro e simples de viver, sem precisar fingir .
Um texto inspirado na canção de Sá e Guarabyra por Vitor Pavezi .
Aqui vai um link para quem quiser baixar um vídeo de uma apresentação do Milton Nascimento e Wagner Tiso na Suiça :
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