domingo, 13 de julho de 2008

Carta a um velho companheiro de boêmia


Caro amigo, durante o decorrer de todo esse tempo por nós atravessado nessa marcha louca cortando horizontes afim de derrubar os muros da ilusão, reconheço em ti a beleza da carne (que um dia morre) e do eterno espírito.Unidade composta do material e do imaterial, da poesia e da agressividade, da pureza e da malícia, do divino e do mundano, essas coisas todas que carregamos, alguns em maior ou menor quantidade.

Mais que admiração, existe pois, a felicidade de saber que tu vives.O que faz a distância física a qualquer momento, apesar de desconfortável, tornar-se ridícula diante da dimensão exprimida através de nossas palavras, originárias de compreensão mútua e sinceridade, do nosso tesouro.Essa é a nossa sorte.

Tento humildemente retribuir os versos dissonantes pelos quais tu encontras a forma ideal para comunicar-se.Também humildemente, tento olhar em volta, e deixar toda realidade nua, crua e bela furar meus olhos como pregos que nos acorrentam a esse "mundinho de passagem".Somos nós! Quem? O que? Porque? Para que?

São raros os que se perguntam, e mais ainda os que ousam dar respostas, mesmo através de românticas e lúdicas hipóteses (quase ingênuas) paridas em bares ou becos sujos e obscuros em noites de abandono, tragando um pouco de miséria -apenas para os destemidos, resignados e inconformáveis- e engolindo a alucinante paródia da contradição universal.

Existe contexto melhor que esse para se viver amizade? Talvez, em algum lugar nesse planeta nos idos 60... Mas não tarda, iremos novamente nos encontrar, e juntos desarmar o destino com poucas e boas.

Salve a fraternidade entre os homens que cultivam seu amor e sua dor!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Contemplação (versinho)

Tenho me sentido tão cansado
Apelo para os clichês
Chateado por mim mesmo
Nessas praias a morrer...